'Falava que nossa separação seria só a morte': jovem mantida 22 anos em cárcere privado pelo padrasto detalha ameaças

  • 19/09/2025
(Foto: Reprodução)
Polícia prende homem que mantinha mulher em cárcere por mais de 20 anos A jovem que denunciou à polícia ter sido mantida em cárcere privado durante 22 anos pelo próprio padrasto deu detalhes, em entrevista à RPC, de como era ameaçada por ele para continuar submetida à situação em que estava. O suspeito está preso preventivamente. Segundo a vítima, pressão psicológica e agressões também faziam parte da estratégia do homem para que ela não conseguisse buscar ajuda. Os abusos, de acordo com o relato à polícia, começaram quando ela tinha sete anos, época em que a mãe dela ainda era casada com o homem. (Entenda mais abaixo). "Eu sabia que ele é uma pessoa agressiva. Eu tinha medo, muito medo, ainda tenho. Ele falou muita coisa para mim. Ele me ameaçava. Falava que se eu não fosse dele, não seria de mais ninguém. Falava que a nossa separação seria só a morte", contou. ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 PR no WhatsApp A jovem tem atualmente 29 anos e conseguiu fugir na terça-feira (16). Ela disse ao homem, de 51 anos, que precisava levar os filhos a um posto de saúde, mas foi até uma delegacia da Polícia Civil, em Araucária, na Região Metropolitana de Curitiba. Durante o interrogatório, o suspeito negou o crime. O nome dele não foi revelado e o g1 tenta identificar a defesa. Ao longo dos 22 anos de cárcere, a jovem nunca pensou que poderia ser ajudada. Ela teve três filhos com o suspeito. "Eu pensava que um dia vocês [jornalistas] poderiam estar noticiando a minha morte, porque eu jamais pensava em escapar, em fugir, reverter a situação. Porque ele falava que se ele não fizesse, outros fariam. Eu não via saída. Eu não aguentava mais", diz emocionada. A vítima e os filhos foram acolhidos e encaminhados para um local seguro, enquanto aguardam análise das medidas protetivas de urgência, segundo a polícia. Agora, ela pode finalmente começar a sonhar com o futuro. "Eu espero poder ser livre, que é uma coisa que desde pequena. Eu sonhava. Eu via as outras meninas e pensava: 'Por que eu não posso ser igual? Tem essa parte da minha vida que eu não posso contar para ninguém'. Eu me sentia vigiada o tempo todo. Mesmo sem fazer nada errado. Eu nunca fiz nada errado para ele. Eu levava a minha vida certo, e eu só menti essa vez que eu tive que ir na delegacia. Na verdade, eu espero só que ele não me faça mais mal. Eu não quero passar isso nunca mais, nunca mais", desabafa. Violência contra mulher: Veja os canais de denúncia disponíveis no Paraná Ciclo da violência: Saiba como identificar A mãe da vítima foi chamada para prestar depoimento nesta quinta-feira (18). A polícia não informou se ela é investigada no crime. Abusos começaram aos sete anos Violência contra mulher: como pedir ajuda Segundo a vítima, o homem a forçou a ficar com ele após se separar da mãe dela. "Aos 15 anos, a vítima engravidou. O homem se separou da mãe dela e a obrigou a manter um relacionamento com ele", detalha o delegado Eduardo Kruger. Conforme o delegado, o homem também obrigava a vítima a se relacionar com outros homens e registrava os abusos em vídeo. "Até então, eu estava presa. É isso. Eu tava calada. Eu não abria a boca para nada, para ninguém. Eu vivia numa prisão. Alguns dias eram bons, outros dias eram horríveis. Muito sofrimento. Ninguém sabe quanto. Quantas vezes eu chorei sozinha? Eu tive que ficar presa. Ninguém sabia disso. Quantas noites eu passei? Foi horrível. E ele não ligava. No dia seguinte ele falava que tudo ia ficar bem, que ele tinha colocado uma pedra em cima e daí vida que segue, mas depois ele continuava a fazer e fazer de novo", afirma a vítima. LEIA TAMBÉM: Investigação: Demora no pedido de soro comprometeu atendimento de criança morta após picada de escorpião e 33 paradas cardíacas, conclui Saúde Violência doméstica: Jovem é filmado atropelando ex-namorada logo após ela terminar o relacionamento Vídeo: Menina chega em casa dizendo ter levado pedrada enquanto brincava na rua e mãe descobre que filha foi baleada Controle emocional e por vídeo Jovem mantida em cárcere privado durante 22 anos era ameaçada por pelo suspeito RPC Segundo a polícia, o agressor controlava a vítima emocionalmente para mantê-la em cárcere privado. A vítima também sofria agressões físicas e era monitorada por câmeras espalhadas pela casa. "Ela saía de casa raras vezes e o homem controlava de minuto em minuto o que ela estava fazendo", conta o delegado. Após a denúncia feita pela vítima, a polícia foi até a casa onde o homem morava e o prendeu em flagrante. Assista ao momento em que a corporação chega ao local: Polícia prende homem que mantinha enteada em cárcere há 22 anos Na casa, a polícia apreendeu as câmeras utilizadas para monitoramento e vídeos dos abusos no celular do indivíduo. Enquanto a jovem estava na delegacia, o suspeito ligou mais de 30 vezes e mandou mais de 15 áudios para ela a ameaçando. "Volta para casa, senão você vai ter problema sério comigo. O que é que está acontecendo? Fala comigo, senão eu vou atrás de você", disse o homem nos áudios. Após a prisão, a polícia informou que o homem vai ser investigado por sete crimes: estupro de vulnerável; estupro; privação da liberdade; ameaças; perseguição; violência psicológica; dano emocional. A polícia foi até a casa onde o homem estava e o prendeu em flagrante Reprodução VÍDEOS: Mais assistidos do g1 Paraná Leia mais notícias no g1 Paraná.

FONTE: https://g1.globo.com/pr/parana/noticia/2025/09/19/relato-jovem-carcere-privado-parana.ghtml


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