Automedicação: quando o remédio pode virar um problema
10/09/2025
(Foto: Reprodução) Dor de cabeça, febre, azia, cansaço... quando bate um mal-estar, é comum recorrer à farmácia ou ao armário de remédios em casa. Mas essa prática tão comum pode esconder sérios riscos — e, em alguns casos, piorar ainda mais a saúde.
“A automedicação é um problema de saúde pública. Muitas vezes, a pessoa acha que está se cuidando, mas está só mascarando sintomas ou se expondo a efeitos colaterais desnecessários”, explica a professora das Faculdades Pequeno Príncipe e farmacêutica Solange Ferreira.
Analgésicos, antiácidos, anti-inflamatórios: o trio mais usado
Segundo estudos recentes, os medicamentos mais consumidos sem orientação profissional no Brasil são analgésicos, anti-inflamatórios e medicamentos para problemas gástricos. “Eles parecem inofensivos, mas, em uso contínuo ou em altas doses, podem causar problemas sérios, como lesão no fígado, úlceras, insuficiência renal ou até hemorragias”, alerta Solange.
O risco é ainda maior em crianças, idosos e pessoas com doenças crônicas. “Muita gente não sabe, por exemplo, que alguns medicamentos comuns podem interferir com remédios para pressão, diabetes ou colesterol”, explica.
Mas eu já usei antes e funcionou...
Esse é um dos argumentos mais comuns — e também mais perigosos. “Só porque um medicamento funcionou uma vez, não quer dizer que ele seja adequado para outras situações. Cada sintoma tem uma causa, e a mesma dor pode ter origens diferentes”.
A farmacêutica destaca que é sempre necessário procurar um médico para investigar a causa dos sintomas. “Assim como podem ser alguma enfermidade de resolução simples, podem também ter a necessidade e de tratamentos mais complexos”, explica a professora.
Algumas doenças podem necessitar de cuidado redobrado com relação à automedicação, como nos casos suspeitos de dengue ou chikungunya, em que, ao primeiro sinal de febre e dor no corpo, o ácido acetilsalicílico, o ibuprofeno, a nimesulida, o diclofenaco, além dos corticoides, são contraindicados e podem agravar ainda mais o caso, podendo causar hemorragias de difícil controle.
Antibióticos: atenção redobrada
No caso dos antibióticos, o cuidado precisa ser ainda maior. “Usar antibiótico sem prescrição ou parar o tratamento no meio pode gerar resistência bacteriana, um dos maiores desafios da medicina atual”, explica a professora. “É um problema que afeta não só a pessoa que tomou, mas toda a comunidade. Cada vez que o antibiótico é utilizado de forma irracional, aumenta a chance de ele perder o efeito esperado e o indivíduo necessitar de um antibiótico ainda mais forte, para tratar infecções posteriores".
Como saber quando procurar ajuda?
A orientação é clara: sentiu algo incomum, procure um profissional. “Muitos sintomas recorrentes — dor de cabeça, refluxo, cansaço, alterações no sono ou no apetite — precisam ser investigados, e não apenas silenciados com um comprimido”, diz a docente.
O papel da educação em saúde
As Faculdades Pequeno Príncipe investem na formação de profissionais que saibam orientar a população sobre o uso racional de medicamentos. “Não basta conhecer o remédio, é preciso saber ouvir, compreender e orientar com responsabilidade”.
Ela ainda destacada. “A população precisa ter acesso a profissionais que ofereçam informações robustas e de qualidade. Profissionais que tenham compromisso com a saúde da população. Educar é também cuidar”, conclui.
Aprender é cuidar.
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