Acordo em debate entre Brasil e Paraguai gera protesto e filas quilométricas na Ponte da Amizade, em Foz do Iguaçu
Acordo em debate entre Brasil e Paraguai gera protesto e filas quilométricas
Um protesto de transportadores paraguaios causa filas e lentidão na Ponte Internacional da Amizade, que liga Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná, a Cidade do Leste, no Paraguai, nesta sexta-feira (14).
Devido ao protesto, segundo a Receita Federal, os caminhões de grande porte estão parados sobre a ponte, sem previsão de liberação.
Carros, motos e pedestres seguem passando, mas com lentidão. A orientação da Receita é para que motoristas evitem cruzar a fronteira enquanto durar o acúmulo.
Até 12h, a fila na região era de 2,5 quilômetros, afetando o trânsito na região de fronteira e também na cidade de Foz do Iguaçu.
✅ Siga o g1 Foz do Iguaçu no WhatsApp
Proteto gera fila quilométricas na fronteira entre Brasil e Paraguai
RPC Foz do Iguaçu
O que causou o protesto
A manifestação é realizada por motoristas paraguaios que trabalham com pequenos e médios caminhões, usados principalmente para transportar materiais de construção de Foz para Cidade do Leste. O grupo é ligado à Associação de Despachos Menores, que reúne freteiros do país vizinho.
Eles protestam contra possíveis mudanças no acordo de transporte de cargas entre Brasil e Paraguai, que está em discussão entre os dois governos.
Segundo a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), o tratado que regula a circulação de caminhões na fronteira precisa ser atualizado até 16 de março de 2026.
De acordo com a ANTT, se não houver consenso, o transporte realizado por caminhões de médio porte, conhecido como despacho menor, ficará proibido de operar internacionalmente.
Leia também:
Veja: Vídeo mostra chegada de tornado em cidade que foi devastada no Paraná
'Segundo maior corredor de tornados': especialista elenca características do Paraná que podem ter influenciado fenômeno que destruiu cidade
Conheça a história: Em 1969, Curitiba foi capital do Brasil por três dias como parte de estratégia do regime militar
Por que o acordo está sendo revisado?
Durante audiência pública na Câmara dos Deputados, a ANTT afirmou que o modelo atual, em vigor desde 2017, permite o transporte de cargas por até cinco quilômetros além da fronteira.
A regra foi criada para atender cargas de subsistência, mas, segundo as autoridades brasileiras, está sendo usada para movimentar volumes maiores, o que desvirtuou o objetivo original.
A ANTT reforça que, se não houver um novo acordo, o transporte fora das normas internacionais poderá ser suspenso a partir de 16 de março de 2026, e toda a operação terá de seguir os padrões de comércio exterior tradicionais.
O que dizem os lados do conflito
Transportadores paraguaios afirmam que não foram ouvidos nas negociações e que a mudança pode afetar centenas de trabalhadores que dependem dos pequenos fretes. Eles dizem temer ficar de fora do novo acordo binacional.
O Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas e Logística de Foz do Iguaçu (Sindifoz), que representa empresas transportadoras brasileiras, defende o cumprimento das normas internacionais, com padrões iguais de concorrência.
A entidade diz que o transporte precisa ser regular, fiscalizado e seguro para reduzir o contrabando e melhorar o trânsito.
VÍDEOS: Mais assistidos do g1 Paraná
Leia mais notícias no g1 Paraná.FONTE: https://g1.globo.com/pr/oeste-sudoeste/noticia/2025/11/14/acordo-em-debate-entre-brasil-e-paraguai-gera-protesto-e-filas-quilometricas-na-ponte-da-amizade-em-foz-do-iguacu.ghtml